A escola de samba Mocidade Alegre é a campeã do Carnaval 2024. A agremiação do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, comemora o bicampeonato e o 12º título da sua história.
Em segundo lugar, ficou a Dragões da Real com os mesmos 270 pontos da Mocidade, mas perdendo nos critérios de desempate. Isso mostra como a disputa foi acirrada desde o início da apuração. Em terceiro ficou a Acadêmicos do Tatuapé, com 269,8 pontos.
As escolas Independente Tricolor e Tom Maior ficaram em penúltimo e último lugares, ambas com 268,7 pontos, e vão para o Grupo de Acesso no próximo ano.
Na quadra da Mocidade, milhares de componentes se reuniram para festejar. A chegada do troféu de campeão, trazido pela presidente Solange Cruz Bichara, foi emocionante. “A arte também mora no Limão”, frase puxada pela escola em todos os desfiles, era gritada por todos enquanto o objeto dourado fazia sua procissão ao palco do barracão.
“Muitas escolas boas, ali no páreo. As escolas de São Paulo evoluíram de tal maneira que não dava para saber quem iria ganhar. A gente fica na expectativa. Eu não desejo mal a ninguém e quem deseja o bem recebe o bem, graças a Deus. Muita gente dizia, mas nada de contar vitória antes. Não é nosso perfil, a gente prefere orar, rezar, acreditar que vai dar certo e acreditar no nosso trabalho”, afirmou Bichara após a vitória.
Ela repetiu várias vezes que a escola é sempre campeã em ano terminado com 4. Foi assim em 2004, quando a atual diretoria assumiu e São Paulo fez 450 anos, em 2014, quando São Paulo fez 460 anos e em 2024.
Em relação ao seu ritual de sempre ir à apuração com muitos terços em volta do pescoço, ela revela que nem sabe quantos têm. “Muitos terços e esse medalhão que o fundador da escola me deu. Ele me chamava de leoa do samba e sempre dizia: ‘Carrega no desfile e leva na apuração”. E está aqui. Não sei quantos terços tenho. Tenho uma caixa. Conforme vai quebrando, a gente vai trocando e deixando para trás”, conta a presidente.
A vitória coloca a Morada do Samba como a segunda maior campeã de São Paulo. Vai-Vai, com 15, é a líder.
“Esse é o motivo de muito orgulho, de muita dedicação, de muito trabalho, o empenho de cada um da nossa comunidade, da nossa diretoria, de todos os departamentos da escola. Acho que esse título só vem para coroar que a gente tá no caminho certo, que a gente tá fazendo o nosso melhor sempre”, festejou o diretor de Carnaval Ricardo Sonzin. “Um bicampeonato, né? Como faz pra peteca não cair? Trabalho. Trabalho, dia a dia, noite a noite, muita dedicação, muita gente envolvida, é muito trabalho, não tem outra palavra. Bora comemorar!”
Aline Oliveira, rainha de bateria da Mocidade, deu um show de carisma durante a comemoração do 12º título da escola. Ela beijou cada um dos torcedores que cruzaram seu caminho no barracão durante a noite desta terça-feira e exibiu todo seu molejo sambando em várias oportunidades. “É mágico. Um dos melhores momentos da minha vida. Eu sou sortuda de estar aqui”, disse à Folha de S.Paulo.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que foi vaiado na primeira noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi, não apareceu na cerimônia de premiação do Carnaval, nesta terça. O troféu da campeã Mocidade Alegre foi entregue pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil).
A narradora do evento anunciou que Leite iria substituir Nunes. Segundo apurou a reportagem, já havia sido decidido que o prefeito não faria a entrega, pois a cerimônia de premiação não constava na sua agenda.
Após terminar em quinto no Carnaval de 2023, a Dragões da Real ficou com o vice-campeonato mesmo empatando em pontos com a campeão. Esse fato foi motivo de comemoração na escola.
“O título ficou em boas mãos, empatamos de ponto a ponto. Só que quando voltam todas as notas, aí no descarte, acabamos não levando esse título. Mas a comunidade está muito feliz, o trabalho foi muito bem feito, e agora é comemorar. Vem um trabalho muito mais forte ano que vem. Isso posso garantir”, comentou Rogério Felix, diretor de harmonia da escola.
A Mocidade Alegre foi a décima escola a desfilar no Sambódromo do Anhembi, na madrugada de sábado (10), com samba-enredo que homenageou o escritor Mário de Andrade. O escritor foi interpretado pelo ator Pascoal da Conceição na comissão de frente, que saiu de um trem para sambar na avenida. O enredo mostrou as viagens do modernista pelo interior o país.
O abre-alas trouxe uma réplica do viaduto do Chá, no centro de São Paulo, além de engrenagens para mostrar que a cidade berço do modernismo não para.
Já a ala das baianas da Morada do Samba impressionou com fantasias que simulavam pedra-sabão, homenageando as obras de Aleijadinho.
A bateria do mestre Sombra, chamada de Ritmo Puro, veio com pitadas de frevo e maracatu e foi impecável ao sair do recuo puxados pela rainha Aline Oliveira. O mestre, por sinal, é casado com a presidente da escola.
As campeãs de cada ano, desde 1965
2024 Mocidade Alegre
2023 Mocidade Alegre
2022 Mancha Verde
2021 Desfiles cancelados devido à pandemia de Covid-19
2020 Águia de Ouro
2019 Mancha Verde
2018 Acadêmicos do Tatuapé
2017 Acadêmicos do Tatuapé
2016 Império de Casa Verde
2015 Vai-Vai
2014 Mocidade Alegre
2013 Mocidade Alegre
2012 Mocidade Alegre
2011 Vai-Vai
2010 Rosas de Ouro
2009 Mocidade Alegre
2008 Vai-Vai
2007 Mocidade Alegre
2006 Império de Casa Verde
2005 Império de Casa Verde
2004 Mocidade Alegre
2003 Gaviões da Fiel
2002 Gaviões da Fiel
2001 Vai-Vai e Nenê de Vila Matilde
2000 Vai-Vai e X-9 Paulistana
1999 Gaviões da Fiel e Vai-Vai
1998 Vai-Vai
1997 X-9 Paulistana
1996 Vai-Vai
1995 Gaviões da Fiel
1994 Rosas de Ouro
1993 Camisa Verde e Branco e Vai-Vai
1992 Rosas de Ouro
1991 Camisa Verde e Branco e Rosas de Ouro
1990 Camisa Verde e Branco e Rosas de Ouro
1989 Camisa Verde e Branco
1988 Vai-Vai
1987 Vai-Vai
1986 Vai-Vai
1985 Nenê de Vila Matilde
1984 Rosas de Ouro
1983 Rosas de Ouro
1982 Vai-Vai
1981 Vai-Vai
1980 Mocidade Alegre
1979 Camisa Verde e Branco
1978 Vai-Vai
1977 Camisa Verde e Branco
1976 Camisa Verde e Branco
1975 Camisa Verde e Branco
1974 Camisa Verde e Branco
1973 Mocidade Alegre
1972 Mocidade Alegre
1971 Mocidade Alegre
1970 Nenê de Vila Matilde
1969 Nenê de Vila Matilde
1968 Nenê de Vila Matilde
1967 Unidos do Peruche
1966 Unidos do Peruche
1965 Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche
Fonte: Folhapress
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