A eleição presidencial deste ano reduziu o PT a um partido do Nordeste. O candidato da sigla à presidência da República, Fernando Haddad, ganhou com folga apenas nos nove Estados da região. Em mais dois, Pará e Tocantins, venceu com diferença apertada. No total, o candidato petista ganhou em 11 Estados, enquanto o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi vitorioso em 15 Estados, mais o Distrito Federal. Em Brasília, o placar foi de 63% a 37%. O resultado final da eleição de ontem foi de 55,13% para Bolsonaro, contra 44,87% para Fernando Haddad.
Piauí dá maior vitória ao PT
Proporcionalmente, o Piauí foi o Estado que lhe deu a maior votação ao PT no segundo turno, com 77% dos votos apurados, contra 23% de Bolsonaro. No primeiro turno, o Piauí foi também o Estado mais petista, com 63,4% dos votos para Haddad, contra 18,7% de Bolsonaro. O governador Wellington Dias não desmontou o palanque do primeiro turno e conseguiu ampliar a vantagem do candidato do PT no Estado.
Votação no Nordeste
Nos demais Estados do Nordeste, a votação da presidente ficou assim:
Alagoas: Haddad – 60%, Bolsonaro – 39%;
Bahia: Haddad – 72%, Bolsonaro – 28%;
Ceará: Haddad – 71%, Bolsonaro – 29%;
Maranhão: Haddad – 72%, Bolsonaro – 27%;
Paraíba: Haddad – 65%, Bolsonaro, 35%;
Pernambuco: Haddad: 66%, Bolsonaro, 33%;
Rio Grande do Norte: Haddad – 63%, Bolsonaro, 36%;
Sergipe: Haddad – 67%, Bolsonaro – 32%
O candidato do PT ganhou em um Estado do Norte, o Pará, com 55% dos votos, contra 45% de Bolsonaro. O outro Estado no qual Haddad saiu-se vitorioso foi o Tocantins, com 51% dos votos, contra 49% de Bolsonaro.
PT perde antigos redutos
Em São Paulo, o seu berço e sua principal base, o PT perdeu feio. Haddad obteve 32% dos votos, contra 68% de Bolsonaro. Os petistas sofreram derrotas fragorosas ainda em Minas (58% a 41%) e Santa Catarina (76% a 24%). O Estado que deu a maior vitória, proporcionalmente, para Bolsonaro foi o Acre, antigo e tradicional reduto do Partido dos Trabalhadores. Lá, Haddad conseguiu ontem apenas 23% dos votos, contra 77% de Bolsonaro.
Fuga para os grotões
Com a chegada ao poder, em 2002, na primeira eleição de Lula, aos poucos o PT foi perdendo força eleitoral nas metrópoles, que eram sua base. Os tradicionais eleitores do partido se desgarraram dele, nessas regiões, em função de alianças, concessões e outras atitudes petistas que os contrariaram. O PT recompôs essas baixas investindo politicamente nos chamados grotões, as regiões mais pobres do país.
No Nordeste, uma dessas áreas, o partido se fez forte com as políticas de inclusão social, especialmente com o Bolsa Família, que se transformou no maior cabo eleitoral dos petistas na região. A eleição de ontem passa a gestão do programa às mãos de um populista de direita, Jair Bolsonaro, que terá em mãos todas as armas para invadir e destroçar os últimos redutos do PT nas próximas eleições.
Veja gráficos abaixo:
Fonte: Cidade Verde
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