Estudo da Fiocruz indica que um adulto infectado com a variante de Manaus (AM) do coronavírus tem uma carga viral –quantidade de vírus no corpo– 10 vezes maior em relação a uma infecção por outras variantes.
Os pesquisadores recolheram amostras referentes à 1ª e à 2ª ondas de covid-19 no país. Foram mais de 250 códigos genéticos analisados.
Segundo o estudo, a carga viral mais acentuada da variante P.1 torna a mutação amazonense mais transmissível que as demais. Isso porque quanto mais vírus o indivíduo tiver nas vias aéreas mais ele o expelirá, seja por meio de tosses, espirros e até na fala.
Na capital do Estado, a Fiocruz desenvolveu um teste PCR (do cotonete) específico para a identificação da variante de Manaus. Como mostra a imagem, a incidência da mutação cresceu rapidamente de dezembro a janeiro, sendo responsável por mais da metade dos novos casos de covid no
O mesmo fenômeno não foi visto entre idosos. Os autores explicam que o sistema imunológico das pessoas a partir de 60 anos não é tão eficiente quanto o de adultos. Com isso, o combate do organismo é deficitário em basicamente qualquer variante da doença provocada pelo coronavírus. Além disso, a estratificação por faixa etária no estudo pode ter levado a um desvio estatístico.
“A comparação dos pacientes mostra claramente que infecção por P.1 gera maior carga viral em adultos. Em idosos a significância foi pequena ou nenhuma. Talvez porque nossa amostragem era menor nesse grupo ou porque esses indivíduos são igualmente vulneráveis a todas linhagens”, disse o epidemiologista da Fiocruz Tiago Gräf, no Twitter.
No gráfico abaixo, a concentração das bolinhas cinzas representa a carga viral da variante de Manaus (P.1) em relação às demais. Ou seja, quanto menor a altura das bolinhas, maior a quantidade de vírus no organismo.
Revisão pendente
A pesquisa da Fiocruz ainda não foi revisada por pares –quando outros cientistas avaliam o material para o corroborar ou o rechaçar as conclusões do estudo.
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