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Aécio Neves diz que PSDB pode abrir mão de candidatura presidencial em 2022 e cita Ciro Gomes como alternativa de centro; entenda!

Faz críticas a João Doria, de SP

Sugere apoio a nome “mais viável”

Faz críticas à operação Lava Jato

“Lula merece julgamento correto”

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o PSDB deve avaliar a chance de não lançar candidatura própria para as eleições presidenciais de 2022. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada neste sábado (13.mar.2021).

Candidato ao Executivo federal no pleito de 2014, o congressista sugeriu que o PSDB pode aliar-se a outra candidatura, caso ela tenha mais viabilidade de derrotar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT).

Após uma série de atritos com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Aécio disse que respeita “o direito” dos governadores tucanos João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, se lançaram na disputa. Ele ponderou, no entanto, que a prioridade deveria ser a construção de um “centro ampliado”. Dentro desse arco, ele citou o nome de Ciro Gomes (PDT), que ficou em 3º lugar na campanha de 2018.

“Temos de radicalizar no centro. Temos de propor, construir um centro ampliado para fazer frente ao Bolsonaro e ao Lula. Centro ampliado tem de ter de Ciro [Gomes, do PDT] a PSDB, MDB, DEM, com o [ex-ministro Luiz Henrique] Mandetta, Luciano Huck, o [governador gaúcho tucano] Eduardo Leite e o [presidente do Senado pelo DEM-MG] Rodrigo Pacheco”, declarou.

O mineiro não poupou críticas a Doria. Disse que o governador paulista tenta impor sua candidatura de maneira autoritária e é obcecado pelo marketing pessoal.

“Ninguém será candidato pela imposição. É uma construção. Não se constrói uma candidatura como se preside uma reunião do Lide [grupo empresarial que era liderado por Doria], com um apito na boca, dizendo quem pode falar e quem deve calar. O governador tem virtudes, mas sua obsessão pelo marketing impede que muitas dessas virtudes possam ser vistas”, afirmou.

Eleito para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Aécio disse que vai tentar “suprir as lacunas” do governo Bolsonaro no tema. Segundo ele, “política externa mal conduzida afeta a vida das pessoas, falta insumo, crescimento e emprego”.

“Meu papel agora é suprir as lacunas que a gestão de política externa brasileira. Temos de tentar restabelecer a política externa, temas como o ambiente, de que o Brasil se afastou. Não podemos nos arvorar como Poder Executivo, mas temos instrumentos para discutir mecanismos para permitir a reinserção maior do Brasil no mundo”, declarou.

O tucano comentou ainda o impacto das investigações da operação Lava Jato em sua trajetória política. O deputado afirmou ter sido alvo de uma “armação”.

“O epicentro foi a armação capitaneada por um desequilibrado que ocupou a PGR, o sr. [Rodrigo] Janot, acompanhado pelo dublê de procurador e advogado da JBS Marcelo Miller. Estou preparando um livro com todas as ilegalidades”, disse.

“Nunca tive como pagar os advogados. Minha mãe tinha um apartamento, que oferecemos ao sr. Joesley, oferecido ao [senador pelo PSDB-CE] Tasso Jereissati, ao [presidente da Confederação Nacional da Indústria] Robson Andrade, ao [banqueiro do Itaú] Pedro Moreira Salles, ao [dono da empreiteira MRV] Rubens Menin. Com duas avaliações de mercado.

Aí cometi o grande erro da minha vida, que foi procurar esse cidadão que estava em delação. Disse que não queria o apartamento, mas que me adiantaria o valor. Eu ia ressarcir. Não houve dolo, nem uso de dinheiro público.”

LAVA JATO

“Houve virtudes. Criminosos foram condenados, presos. Mas a criminalização da política e as arbitrariedades foram enormes. Eu mesmo assinei um documento em favor do direito de Lula de ter um processo legal. O grande mal da Lava Jato foi misturar criminosos e gente de bem na vida política. Janot tinha pretensões políticas.

Sobre o Moro, não vou entrar no mérito de ilegalidades. Ele ajudou muito a fragilizar muito a Lava Jato na hora em que aceitou ser ministro da Justiça de um governo que ajudou, direta ou indiretamente, a eleger.”

JULGAMENTO DE LULA

“Ele merece um julgamento correto. Mas a mídia sempre avalia o momento político como definitivo. Depois dessa reviravolta da decisão do Fachin, as pessoas tendem a ver o quadro político já polarizado e o Lula recuperado. Eu não vejo desta forma. Os governos do PT foram desastrosos. Temos de apresentar uma alternativa. Não vejo esse jogo jogado.”

GOVERNO BOLSONARO

“É um governo que teve oportunidades extraordinárias e vem desperdiçando uma a uma. Mas não vejo só as agruras, há virtudes na questão econômicas.”

IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF (PT) EM 2016

“Eu não questionei o pleito, tanto que liguei para Dilma e a cumprimentei. Questionamos se havia manipulação nas urnas e não houve resposta conclusiva. Em relação ao impeachment, faço uma confissão. As duas últimas pessoas a aderir foram eu e o Fernando Henrique Cardoso. O que ocorreu é que a paralisação do Brasil foi tamanha que sobrou para nós a responsabilidade de liderar. Foi uma onda gigante, o PSDB não faria nada sozinho. Do ponto de vista prático, se Dilma ficasse até o final, o PSDB poderia ter ganho a eleição em 2018.”

Fonte: Poder 360

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