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Petrobras anuncia venda da Lubnor, no Ceará, e outras sete refinarias

Plano de desinvestimentos | A decisão aprovada ontem pelo Conselho de Administração da Petrobras inclui também a redução da participação na BR Distribuidora.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou ontem novas diretrizes de gestão do portfólio de ativos. Está autorizada a venda de oito refinarias, incluindo a Lubrificantes e Derivados do Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará, e participação na BR Distribuidora, “permanecendo a empresa como acionista relevante”.

A venda das refinarias, que juntas têm capacidade de produção de 1,1 milhão de barris, deve ocorrer dentro de um ano e meio e pode resultar em US$ 15 bilhões para estatal. Especialistas se dividem quanto ao impacto que o movimento pode trazer para economia do Estado.

FÁBRICA de Lubrificantes e Derivados do Petróleo do Nordeste (Lubnor) (Foto: Juarez Cavalcanti/DIVULGAÇÃO)

 

Inaugurada em 1966, a Lubnor, instalada no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, é uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no País a produzir lubrificantes naftênicos, um produto próprio para usos nobres, tais como, isolante térmico para transformadores de alta voltagem, amortecedores para veículos e equipamentos pneumáticos.

Além dela, os ativos de refino incluídos neste programa de desinvestimento são: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (Rlam), Refinaria Gabriel Passos (Regap), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e Refinaria Isaac Sabbá (Reman).

Já no caso da BR Distribuidora, encontra-se em estudo a realização de uma oferta pública secundária de ações (follow-on). Atualmente a participação da Petrobras no capital da BR Distribuidora é de 71%.

Em nota, a Petrobras informou que os projetos de desinvestimento das refinarias, além do reposicionamento do portfólio da companhia em ativos de maior rentabilidade, possibilitarão também dar maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil, em linha com o posicionamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e recomendações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para o economista e consultor de empresas, Sérgio Melo, a decisão da estatal de se desfazer desses ativos é positiva porque força uma atenção ao core-business (atividade principal) do negócio, que é a extração e exploração de petróleo. “A Petrobras é muito grande e não é recomendado que se gaste muito tempo com negócios menores que demandem tempo e investimentos”.

O especialista na área de combustíveis e energia, Bruno Iughetti, reforça que a venda da Lubnor não significa o fim das atividades no Estado e sim uma oportunidade de alavancar os investimentos, o que pode ser bom para economia cearense.

“Hoje a Lubnor tem produção limitada dentro das prioridades de investimento da Petrobras, que sempre deu preferência para outras unidades de refino e praticamente mantém o mesmo ritmo de produção há vários anos. Outra empresa pode aumentar isso e até mesmo trazer outros benefícios como a produção residual de gasolina e diesel”.

Diz ainda que o aumento da concorrência nas refinarias pode resultar, pelo menos em tese, em um combustível mais barato ao consumidor, já que a Petrobras detém 99% do refino no Brasil.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Industria do Petróleo (CE/PI), Jorge Oliveira, define a decisão como “um tiro no pé”. Na opinião dele, a possível arrecadação de US$ 15 bilhões com a venda não representa nada diante do valor que os ativos realmente valem.

“Se a Lubnor for vendida, infelizmente, teremos um impacto semelhante ao da PBio (Usina de Biodiesel de Quixadá). A Petrobras decidiu fechar a unidade, em 2016, gerando grande desemprego na região. Além disso, o Estado deixou de arrecadar cerca de R$ 30 milhões por ano de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por conta desse fechamento”, afirma.

Segundo ele, atualmente, em torno de 250 funcionários da Petrobras trabalham na Lubnor. “Temos, ainda, outros 250 trabalhadores indiretos, que prestam serviço para a unidade. Ou seja, estamos falando, no mínimo, de 500 empregos”, reforça.

FONTE: O Povo Online, com informações da Agência Estado

Luis Alberto

Editor geral do Portal NPM, formado em Técnico em Segurança do Trabalho pela escola Metropolitana de Cursos Técnicos. Possui ainda licenciatura em Educação Física e é estudante de bacharelado em Ciências Políticas, ambos pela UNOPAR.

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