Pedetista afirmou que fala não irá causar mal-estar por causa da “amizade de 40 anos” entre eles
Em um evento com empresários do setor de varejo, o candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) criticou um posicionamento do proprietário da rede Riachuelo, Flávio Rocha, a favor da intervenção mínima do governo na economia. “Por favor, Flávio, se desintoxica”, disse o pedetista, ao defender a necessidade de participação do Estado.
— O que eu quero desenhar é um Estado objetivamente encarregado de promover as tarefas aos quais o setor privado não é capaz de fazer. Se não, me responde: Qual foi a nação que lançou sua infraestrutura sem o Estado? Qual foi a nação que atingiu maturidade tecnológica sem a presença pioneira do Estado?
Ciro participava de uma roda de conversa promovida pelo Instituto Desenvolvimento do Varejo (IDV), na cidade de São Paulo. O grupo reúne grandes companhias do setor, como Magazine Luiza, Via e Americanas. O instituto é presidido por Jorge Gonçalves, da Telhanorte Tumelero.
O presidente do IDV avaliou que o bate-boca entre Ciro e Rocha não causou incomodo ao setor ou aos outros empresários presentes:
— O IDV se caracteriza por ser aberto a ouvir todas as opiniões dos candidatos, e os nossos associados têm toda a liberdade de ter seus pensamentos. Nós somos apartidários — disse Jorge Gonçalves a jornalistas depois do evento.
Após o fim do evento, Ciro disse a jornalistas que o debate com o empresário não causa mal-estar por causa da amizade entre eles.
— É uma amizade que já tem uns 40 anos. Vivemos discutindo ideologia, mas nada pessoal. Cada dia que passa somos mais amigos.
Flávio Rocha apoiou Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, mas depois se disse frustrado pela condução da economia feita pelo atual governo. No pleito passado, Ciro e Rocha já haviam tido um bate-boca sobre o mesmo tema. O empresário afirmou, na época, que o pedetista propagava “a ideologia do bolivarismo socialista”.
Procurada pelo GLOBO, a assessoria de imprensa do Flávio Rocha não respondeu até a publicação desta reportagem. O jornal permanece aberto para eventuais manifestações.
Fonte: O Globo
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