O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta segunda-feira (9) que o conflito entre grupo extremista islâmico Hamas e Israel deve ampliar a volatilidade sobre as cotações internacionais do petróleo, mas a Petrobras tentará mitigar repasses ao mercado interno.
“É mais um evento de volatilidade [sobre os preços]”, afirmou, em entrevista durante evento organizado pelo Consulado Geral da Noruega no Rio de Janeiro. “Vamos acompanhar, tentando mitigar a volatilidade para manter os preços estáveis.”
Ele destacou que vê neste momento um movimento mais especulativo, já que a região não é produtora de petróleo. A variação das cotações internacionais, diz, têm mais relação com a especulação sobre eventuais efeitos em outros países.
Por volta das 9h40 desta segunda, a cotação do petróleo tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, subia quase 4%. A cotação, porém, segue abaixo dos US$ 90 por barril, patamar em que chegou a atingir nas últimas semanas.
Prates afirmou que a política comercial instaurada pela gestão petista na estatal tem condições de suportar cenários de grande volatilidade, como tem feito desde que foi implementada, em maio.
Ele não descartou, porém, aumentos nos preços internos caso as cotações do petróleo permaneçam muito tempo em elevados patamares. “Se tiver que ter ajuste, a gente vai fazer ajuste”, afirmou, lembrando que gasolina e diesel vivem hoje situações diferentes no mercado global.
Enquanto o mercado de gasolina convive com excesso de estoques e margens comprimidas, o diesel enfrenta cortes de produção, estoques em queda e margens elevadas.
Na abertura do mercado desta segunda, o preço médio do diesel nas refinarias da estatal estava R$ 0,44 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na média nacional, a diferença era de R$ 0,32 por litro.
Já na gasolina, praticamente não há defasagem entre o preço médio praticado pela Petrobras e a paridade calculada pela Abicom. Na semana passada, o produto nacional chegou a passar dias mais caro do que os preços internacionais.
A Petrobras não mexe nos preços da gasolina e do diesel desde 16 de agosto. Nesse período, as cotações do petróleo dispararam para acima dos US$ 90 e o mercado de diesel foi pressionado pelo corte das exportações russas, já revisto.
Prates defendeu, porém, que a estabilidade dos preços internos dos combustíveis é um sinal de que a nova política comercial da Petrobras é bem sucedida, ao combinar componentes nacionais de custos e eficiências logísticas da empresa para absorver parte da alta.
Fonte: Folhapress (Nicola Pamplona)
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