O Fluminense venceu o Boca Juniors por 2 a 1 neste sábado (4), no Maracanã, e sagrou-se campeão da Libertadores pela primeira vez em sua história. Um título conquistado no talento de um time que não furtou-se ao bom futebol e mesmo quando foi atacado pelo adversário argentino, encontrou em suas peças ofensivas a resposta.
Um título que eleva o status de Fernando Diniz e espanta os agouros de um 2008 que agora não dói mais. Se o torcedor chorou em um dia infeliz, a glória viria 15 anos depois no mesmo Maracanã. Um acerto de contas com a história.
Veja como foi Boca Juniors 1 x 2 Fluminense
A vitória só foi confirmada na prorrogação. Cano abriu o placar para o Fluminense no primeiro tempo, mas o Boca encaixou seu jogo na etapa final e conseguiu chegar ao gol com Advíncula.
Na prorrogação, John Kennedy, que havia entrado no segundo tempo, fez o gol do título. E que pintura. Uma finalização furiosa, sem chances de defesa para Romero.
Domínio do Flu e o faro de gol de Cano
Desde os primeiros minutos de bola rolando no Maracanã, o Fluminense ditou o ritmo da partida. A equipe comandada por Fernando Diniz mostrou seu repertório técnico, impondo dificuldades a um Boca que só chegou na primeira etapa em uma finalização de fora da área de Merentiel, defendida por Fábio.
No mais, o time argentino explorou bastante as tentativas de cruzamentos e ligações diretas buscando Cavani. Do outro lado, o Fluminense chegava com perigo, assustando uma defesa já fragilizada com a ausência do veterano Marcos Rojo.
Cano já vinha flertando com o gol. Ele parecia um pouco ansioso em algumas das finalizações que tentou. Mas, aos 36 minutos do segundo tempo, ele não perdoou.
Jogadaça de Arias e Keno na direita e o cruzamento rasteiro para encontrar a perna direita potente do ídolo argentino. Um gol para a história. A finalização morreu no fundo das redes de Romero, explodindo a parte Tricolor do Maracanã. O 13º gol de Cano na Libertadores 2023, artilheiro absoluto do torneio continental.
Boca tira Flu da zona de conforto e empata o jogo
O Boca Juniors voltou para o segundo tempo disposto a dificultar o controle que o Fluminense exercia na partida. A equipe de Jorge Almirón subiu suas linhas e tentava assustar o adversário brasileiro com bolas alçadas à área e finalizações de longa distância, como uma de Medina, que acabou desviada, mas foi defendida por Fábio.
Logo no início da etapa final, Felipe Melo acabou deixando o campo de jogo lesionado e Fernando Diniz precisou mexer em seu sistema defensivo, promovendo a entrada de Marlon. No decorrer do duelo, a partida ficou mais física, com cartões sendo distribuídos e o Boca buscando tirar o Fluminense de órbita.
A “trocação” trouxe tensão ao jogo, favorecendo especialmente ao time argentino. O Fluminense deixou de competir e o Boca Juniors chegou ao gol de empate. Aos 26 minutos, Advíncula recebeu na direita e fez sua jogada característica. Cortou para o meio e chutou rasteiro, de perna esquerda, mandando no cantinho direito de Fábio, sem chances de defesa.
Um vacilo de Marcelo e um lance questionado pelos jogadores do Fluminense, já que a arbitragem demorou a autorizar o retorno de Samuel Xavier, que estava fora de campo. O VAR ainda analisou o gol, uma possibilidade de impedimento de Cavani, mas o lance foi validado.
Chances de ambos os lados e a prorrogação
Diniz mexeu no Tricolor, sacando peças experientes como Ganso e Marcelo, e apostando na ofensividade de John Kennedy, um dos talismãs na campanha da Libertadores. O fim de jogo foi agitado no Maracanã. Em mais um chute de fora da área, o Boca quase foi às redes. Uma pancada de média distância de Merentiel, que passou próxima à trave esquerda de Fábio.
Nos segundos finais, o Fluminense teve a chance do jogo. Um passe açucarado de Lima para Diogo Barbosa, que saiu livre, dentro da área, mas finalizou mal e a bola foi para fora. Keno fechava no segundo pau, pronto para o arremate.
A partida foi para a prorrogação. Boca e Fluminense não perderam um jogo sequer no tempo regulamentar na atual edição da Libertadores.
A profecia de Diniz
Antes da entrada de John Kennedy no jogo, Diniz chamou o atacante e claramente disse ao jovem jogador que ele faria o gol do título. Motivado por seu comandante, o camisa 9 entrou para mudar o rumo da final.
Aos 8 minutos do primeiro tempo da prorrogação, Diogo Barbosa lançou Keno, que ajeitou de cabeça para o arremate de John Kennedy. Um chutaço que estufou as redes de Romero. Na celebração, o jogador foi até a torcida e acabou levando o segundo amarelo, sendo expulso de campo.
O Fluminense permaneceu com um a menos até o fim do primeiro tempo da prorrogação, quando Fabra acabou agredindo Nino em uma confusão dentro da área e foi expulso de campo após análise do VAR.
O zagueiro do Tricolor também foi advertido na disputa, sendo amarelado por um empurrão durante o bate-boca. Na etapa final do tempo extra, o Flu ainda poderia ter marcado mais um, mas o chute de Guga bateu na trave.
Quando o apito final ecoou no Maracanã, a festa Tricolor iniciou-se. Um grito entalado, afastando os fantasmas de 2008 e chegando à glória eterna. O Fluminense é campeão da Libertadores. Um campeão gigante.
Próximos desafios
As equipes agora vão concentrar-se apenas em seus respectivos torneios domésticos e já jogam na quarta-feira (8). O Boca atua fora de casa contra o San Lorenzo, às 19h (de Brasília), pela Copa da Liga Profissional Argentina, enquanto o Fluminense, também como visitante, terá o Internacional como adversário, pela 33ª rodada do Brasileirão.
Fonte: Flashscore
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