Um trabalhador de Maceió é uma das vítimas do “jogo do tigrinho”, o Fortune Tiger. O homem relata ter feito sucessivas apostas na plataforma, resultando em uma sequência de derrotas. Só com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ele perdeu R$ 12 mil, conforme informações do Fantástico.

“Chegava final de mês aqui na empresa, meu salário caía, depositava R$ 50 (no jogo), de R$ 50 eu perdia, aí ficava naquela coisa, tipo vou jogar mais para recuperar meu dinheiro. Quando você vê, foi tudo embora. Tanto salário como FGTS”, contou.

O trabalhador reforçou: “Gastei meu FGTS todinho… R$ 12 mil”.

Os casos na capital de Alagoas são investigados pela Polícia Civil, que identificou a participação de influenciadores digitais em um esquema para atrair apostadores. As investigações indicam que esses influenciadores recebiam para gravar vídeos de supostas apostas vencedoras, induzindo as pessoas a acreditar que era fácil ganhar dinheiro com o jogo.

O “jogo do tigrinho” funciona on-line. Nele, o apostador deposita uma quantia e começa a apostar. A identidade visual da plataforma imita um caça-níquel, e os prêmios são pagos quando há uma combinação de figuras iguais.

“Essa é uma realidade do Brasil todo. Hoje ele (o jogo) tem um alcance nacional e as consequências desse alcance são as mesmas”, afirma o delegado da Polícia Civil de Maceió, Lucimério Campos.

As investigações indicam que os jogos de Fortune Tiger aplicam golpes e são hospedados em plataformas clandestinas e não auditáveis, diferindo das bets tradicionais que estão em processo de regulação pelo governo federal.

O Metrópoles tem mostrado uma invasão de bots no Instagram. Esses perfis automatizados atuam seguindo e convidando usuários para apostarem na plataforma.

A atuação de influenciadores digitais, investigada pela Polícia Civil de São Paulo, também foi revelada pelo Metrópoles. No estado, há mais de 500 queixas e 70 perfis estão sendo investigados pela polícia.