Mandetta avisou ainda que não defenderia o chamado isolamento vertical, apregoado por Bolsonaro como forma de reduzir o impacto econômico.
A entrevista em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, endureceu o discurso pelo isolamento horizontal contra a disseminação do coronavírus e fez críticas diretas a posturas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro veio depois de uma reunião tensa no Palácio da Alvorada, na qual o ministro pediu que o presidente não diminuísse mais a gravidade da epidemia, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do encontro.
Na reunião, que teve a participação de outros ministros, Mandetta também avisou ao presidente que não defenderia o chamado isolamento vertical, que vem sendo apregoado por Bolsonaro como forma de reduzir o impacto econômico da pandemia.
“Foi uma reunião ríspida”, disse uma das fontes. “Mandetta não abre mão do isolamento horizontal. Ele está pisando em ovos, mas algumas coisas ele não vai abrir mão. Vamos ver o que vai acontecer daqui para frente.”
Na coletiva, Mandetta disse que sua atuação será guiada pela ciência e defendeu que as pessoas fiquem em casa.
“Ainda não dá para falar: ‘Libera todo mundo para sair’, porque a gente não está conseguindo chegar com o equipamento, como a gente precisa”, afirmou o ministro na entrevista. “Se sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar (o atendimento) para rico e pobre.”
Mandetta ainda criticou as carreatas pela abertura do comércio, marcadas em várias cidades e que chegaram a ter vídeos compartilhados pelo próprio presidente e seus filhos, e disse que o medicamento cloroquina, defendido por Bolsonaro como solução para a epidemia, não é uma panaceia e pode ser tóxico.
Fonte: Exame
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