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Covid já matou 433 mulheres grávidas ou no puerpério em 2021

Pelo menos 433 mulheres grávidas ou no puerpério (resguardo depois da gravidez) morreram de covid-19 de 1º de janeiro a 14 de abril de 2021. O número está próximo do total de vítimas gestantes registradas no ano anterior: 546 não resistiram ao coronavírus.

Os dados são Painel de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por covid-19 em gestantes e puérperas, do Ministério da Saúde. Eis os números detalhados de cada ano:

  • 2020: O coronavírus infectou 5.101 grávidas e 250 morreram. A covid foi mais letal entre as puérperas. Atingiu 1.944 mulheres em resguardo. Dessas, 296 não resistiram.
  • 2021: De janeiro a 14 de abril, 2.424 grávidas pegaram covid e 201 morreram. Entre as puérperas, são 1.010 diagnósticos e 232 mortes confirmadas.

Desde o início da pandemia, 979 mulheres grávidas ou de resguardo morreram de covid-19 no Brasil.

Adiar a gestação

O secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, recomendou na 6ª feira (16.abr.2021) que as brasileiras adiem a gravidez por causa da pandemia:

“Claro que a gente não pode falar isso para alguém que tem 42, 43 anos. Mas se for uma mulher jovem, que puder escolher o seu momento de gravidez, o mais indicado é você esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma”.

Debora Ramos Rosa, ginecologista e obstetra, avalia que o profissional da saúde deve orientar a mulher sobre o risco e o benefício, mas que muitas não estão mais dispostas a esperar por um tempo indeterminado:

A pandemia não tem uma perspectiva de acabar até, no mínimo, o final desse ano. As mulheres já estão engravidando mais tarde. Vão adiar quanto tempo, 2 anos, 3 anos?”, pontua a obstetra.

A médica defende que todas as gestantes sejam incluídas no grupo prioritário de vacinação. Diz que cabe a elas decidir se é ou não adequado tomar a vacina.

Vacinação para grávidas

Nota técnica do Ministério da Saúde recomenda que apenas as gestantes com comorbidades (como diabetes e hipertensão) tenham prioridade na imunização contra covid-19. Eis a íntegra (4 MB).

Câmara ressaltou, na última 6ª feira (16.abr), que cada Estado e município deve escolher como aplicar os critérios prioritários estabelecidos pelo governo federal. Ele acrescentou que a pasta estuda incluir todas as grávidas no grupo prioritário, independente de outros fatores de risco.

Não há, de acordo com o secretário, estudos de grande amostragem sobre o efeito das vacinas contra o coronavírus em gestantes. Mas as evidências preliminares indicam que os imunizantes não prejudicam a gestação.

A ginecologista Debora Rosa explica que grávidas não podem tomar vacinas feitas a partir de vírus atenuados, ou seja, que estão enfraquecidos mas ainda estão vivos. Não é o caso de nenhuma das vacinas com uso aprovado no Brasil.

Por Poder 360

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