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Lucro dos grandes bancos cresce 20,5% e soma R$ 26,6 bilhões no 2º trimestre

Os quatro grandes bancos brasileiros -Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e BB (Banco do Brasil)- reportaram um lucro líquido conjunto de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2022.
O valor corresponde a um crescimento de 20,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O movimento foi sustentado principalmente pelo avanço das carteiras de crédito. Em especial, em linhas de maior nível de risco e retorno entre o público pessoa física, como cartão de crédito, empréstimo pessoal e crédito consignado.

Com o processo de aumento da taxa Selic pelo BC (Banco Central), que saiu da mínima histórica de 2% ao ano em março de 2021 para os atuais 13,75%, a margem financeira com os clientes, que mede a diferença entre o custo do dinheiro captado pelo banco e o que é cobrado dos consumidores, também trouxe contribuição importante para os resultados apresentados ao longo do último trimestre.

“Cenários de juros para cima tendem a favorecer os resultados dos bancos”, diz Enrico Cozzolino, chefe de análise e sócio da Levante Investimentos.

“Atravessamos mais um trimestre desafiador em que fomos capazes de conquistar resultados sustentáveis, com aumento consistente da rentabilidade dos nossos negócios”, afirmou Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, ao comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

Os ganhos maiores apresentados pelas instituições financeiras em um cenário de juros mais altos e inflação ainda pressionada, contudo, resultaram também em um aumento generalizado nos índices de inadimplência.

E a expectativa passada pelos bancos é que as taxas de pagamentos em atraso seguirão na recente tendência de alta ao longo do segundo semestre do ano, com a taxa de juros permanecendo em patamares elevados, a persistência inflacionária e um baixo crescimento econômico.

“A inadimplência aumentou com a normalização das condições de crédito, crescimento em linhas de maior margem e alguma piora nas linhas de varejo. Realizamos ajustes em nossos modelos ao longo dos últimos trimestres, assim devemos crescer em ritmo mais moderado, mas mantendo a rentabilidade de nosso portfólio”, afirmou Octávio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, ao comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

Além disso, frente a um aumento da inadimplência e de um cenário macroeconômico que ainda inspira cautela, a expansão das carteiras de crédito deve desacelerar durante a segunda metade do ano, afirma João Frota Salles, analista da Senso Investimentos.

Fonte: Lucas Bombana/Folhapress

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