O próximo presidente da República, seja ele Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT), terá que fazer pelo menos três reformas: a fiscal, a previdenciária e a política. Quem assim pensa é o deputado Marcelo Castro (MDB), que acaba de ser eleito para uma cadeira no Senado. “As reformas são tão claramente necessárias” que o próximo presidente terá que fazê-las com urgência, diz.
Sobre a reforma fiscal, Marcelo aponta a necessidade de mudar um sistema que é extremamente perverso. “O pobre paga mais imposto que o rico”, observa. Ele atribui essa situação a um regime tributário que arrecada mais com imposto indireto que com tributo direto. “É um caos. E não pode ficar assim”.
O parlamentar acentua a reforma previdenciária como urgente, sobretudo acabando com “certas aposentadorias” que favorecem a quem já é favorecido. Marcelo também defende um redesenho do Estado, através de uma reforma administrativa que melhore o funcionamento do setor público e assegure serviços mais eficientes.
Sobre a reforma política, o agora eleito senador lembra a fragmentação partidária como a tradução da falência do sistema político atual. A eleição do dia 7 reafirmou o Brasil como o único país em que o principal partido de sustentação do governo terá pouco mais de 10% do Congresso – e isso vale para qualquer resultado no segundo turno. “Essa hiperfragmentação não existe em nenhum canto do mundo”, ressalta lembrando que tudo isso compromete a governabilidade.
Tal situação deve mudar um pouco, no entanto, com o fim do segundo turno. Dos 30 partidos com representação no Congresso, 14 não conseguiram superar a cláusula de barreira. Os deputados desses partidos vão provocar a fusão de siglas ou, o que é mais provável, migrar para outras legendas. O partido do vencedor da eleição do dia 28 deve ser o principal beneficiário dessa migração.
Novo presidente não terá problemas no Congresso
Nem a hiperfragmentação partidária, tampouco as polêmicas geradas pelas reformas devem dificultar a tarefa do próximo presidente de fazer mudanças nas áreas fiscal, previdenciária e política. Isso porque, de acordo com Marcelo Castro, há dois fatos que favorecem ao próximo presidente: um o apoio popular; outro, o apoio político.
Quanto ao apoio popular, ele se dá tanto da votação alcançada pelo eleito quanto pelo entendimento da sociedade de que as reformas são necessárias. Daí resulta o apoio político: conforme o parlamentar, o Congresso não costuma ir contra o sentimento da sociedade. Além disso, avalia que o presidente que toma posse tem, nos primeiros meses, uma espécie de “cheque em branco”, um crédito para que leve adiante suas diretrizes principais.
Nesse sentido, Marcelo Castro acredita que o próximo presidente, quem quer que seja, não terá dificuldades para empreender as mudanças que desejar.
Fonte: Cidade Verde
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